quarta-feira, 8 de abril de 2009

Fragmentos


Estava ali esperando, ansioso, consultando o celular para ver as horas, uma vez que não portava relógio. Daquele lugar tinha uma boa visão sobre a ampla praça em frente, os carros passando, os ambulantes, as buzinas, o burburinho da cidade grande, os pombos que odiava tanto.
Sentia um certo desconforto momentâneo, esperava que essa sensação passasse logo, pois a angústia da espera o estava sufocando. Consultou o celular mais uma vez e apenas um minuto havia passado da última vez que o olhara, claro, vou fumar um cigarro, ou melhor, não, vou tomar um café. Havia visto um pequeno café logo ali na esquina, também com boa visão panorâmica da praça, era o lugar ideal para esperar e o líquido quente atenuaria a ansiedade e a angústia da espera. Longa espera!
Dirigiu-se ao café lentamente, o pescoço como um periscópio a perscrutar os cantos da praça, desviando-se dos demais transeuntes distraídamente, o pensamento fixo numa só idéia: qual seria a reação após tanto tempo? Será que aquela mulher ainda lhe causaria o mesmo efeito de antes, a ponto de fazer com que sua respiração se acelerasse, suas mãos suassem intuitivamente, o peito apertasse querendo explodir de alegria? Provavelmente não, isso foi há muito tempo, numa outra vida quiçá.....


continua.

Nenhum comentário: